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ERROS DA CAMPANHA DE PAULO CEZAR

 


Sempre digo que campanhas políticas majoritárias seguem lógicas que definem os resultados: ganhamos com nossos acertos e os erros dos adversários; em sentido contrário, os adversarios ganham com seus acertos e os nossos erros.

Ganha quem posiciona corretamente a imagem do cliente e adota estratégias corretas nos momentos mais estressantes.

Mera questão de timing.

A campanha de Paulo Cezar errou muito.

1. Acreditou que seus altos índices de intenções de voto eram imutáveis. Como se viu, a anemia numérica acometeu o ex-prefeito.

2. Não modernizou seu discurso (samba de uma nota só), carcomido pelo tempo.

3. Estabeleceu um núcleo duro, no geral, composto por familiares e asseclas sem capacidade para avaliar o continuum eleitoral.

4. Recebeu o apoio do deputado federal Paulo Azi, presidente estadual do DEM, exímio articulador nos bastidores, mas que foi escondido no período eleitoral.

Não atentaram que a presença do professor Fabrício Faro (PSDB) mal conseguiu disfarçar o azismo em dose cavalar na campanha e, futuramente, no hipotético governo, com o controle de secretarias estratégicas.

5. Os ataques à gestão da saúde do governo Joaquim Neto foi péssima estratégia, que não agregou votos, e, mais do que isso, trouxe à baila os graves desacertos dos dois governos cezistas nesta área.

Dentre os adversários, apenas Radiovaldo Costa tinha "lugar de fala" sobre o tema, mesmo assim apenas com propostas sem bases concretas, visto que uma parcela da população não se lembrava do tema nas duas gestões do prefeito Joseildo Ramos.

Os outros candidatos só apresentaram abobrinhas com prazo de validade vencido e bastante modorrentas.

6. A dificuldade intelectual do ex-prefeito Paulo Cezar, algo aparentemente cristalizado, concorreu para que ele não participasse dos debates.

As faturas das fugas foram cobradas.

7. O silêncio sepulcral sobre as denúncias de malversação de recursos públicos foi uma resposta categórica: não havia nada a dizer em sua defesa que convencesse aqueles que poderiam votar no demista.

8. O maior erro, no entanto, foi não ter registrado pesquisa Dataqualy concluída em 12 de outubro. 

A grande distância entre Paulo Cezar e Joaquim Neto colocaria pressão muito grande na campanha de reeleição do prefeito, diminuindo as chances de movimentação das peças no tabuleiro eleitoral.

9. Paulo Cezar acreditava ser o maior expert da política alagoinhense, mesmo tendo perdido diretamente e indiretamente várias eleições desde 2014. 

PC pensava ser o "DIOS 10" de Alagoinhas, sem as habilidades de Maradona, o verdadeiro "DIOS 10".

10. Paulo Cezar e o nucleozinho  que o cercava sempre avaliaram o prefeito Joaquim Neto como uma alma penada da politica, a passos céleres na direção do inferno eleitoral.

11. As duas pesquisas mentirosas - E-Eleva e LR Consultoria - ao invés de somarem crenças em sua vitória, no sentido inverso, jogaram holofotes sobre a real situação: curva em viés de baixa do demista, capturada em aferições no final de outubro.

12. As desculpas esfarrapadas após a busca e apreensão no "escritório" do candidato mais confundiram do que explicaram ao atribuir a ação da Justiça Eleitoral, com anuência do Ministério Público Eleitoral e apoio da Polícia Militar, à campanha do prefeito Joaquim Neto. 

Tangenciaram o principal e optaram pelo secundário.

13. O silêncio sobre os dois vídeos publicados no site Alagoinhas Hoje (primeiro, o da Central de Abastecimento; segundo, e muito mais grave, a compra explícita de voto com utilização abusiva da Policlínica Regional de Alagoinhas).

14. A tentativa de censurar o site Alagoinhas Hoje que publicou na noite de 12 de novembro matéria com o vídeo do interrogatório ao qual Paulo Cezar foi submetido pelo Ministério Público Federal (MPF) em 11 de novembro de 2019.

Ali estava um político desnudo e com todas as suas fragilidades argumentativas.

A essência de Paulo Cezar reveleda para a sociedade alagoinhense, destoante das várias faces que criou ao longo do tempo para sobreviver na política.

O juiz eleitoral não acatou o pedido da assessoria jurídica do DEM e manteve o importante material jornalístico no "ar". 

Em seguida, o processo foi extinto: 2x0 para a liberdade de imprensa.

15. A não publicação da pesquisa Dataqualy no dia 14 demonstrou que a situação era periclitante para o demista, àquela altura sem nenhuma certeza da vitória.

Poderia continuar e ampliar para 25 os erros da campanha de Paulo Cezar, mas o não farei para não cansar as leitoras e os leitores.


Maurílio Fontes

Editor do site Alagoinhas Hoje

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