Foto: Ricardo Stuckert - Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
O presidente Lula (PT) é considerado o principal líder da esquerda por 56% dos brasileiros, enquanto o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é visto como o maior nome da direita brasileira por 35%, mostra pesquisa Datafolha. O instituto ouviu 2.002 pessoas, com 16 anos ou mais, em 113 municípios, de terça (2) até quinta-feira (4). A margem de erro dos dados gerais da pesquisa é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos.
O instituto perguntou aos entrevistados quem eles consideravam, primeiro, a maior liderança à direita no país e, depois, a maior à esquerda. Os resultados mostram uma fragmentação maior na direita e uma maior coesão em torno de Lula na esquerda - o que também significa que há menos alternativas sucessórias para o petista. Os dados também apresentam uma alta taxa de desconhecimento, com 36% dos entrevistados afirmando não saber apontar a principal liderança da direita, e 30%, a da esquerda.
Entre os eleitores que se identificaram como petistas, sobe para 46% a proporção dos que dizem não saber quem é o maior nome da direita, e 16% chegam a afirmar que Lula é o principal líder desse campo político. Considerando-se a amostra total de entrevistados, o presidente aparece em segundo lugar entre os nomes identificados com a direita, com 9%, superando o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), com 5%, e Michelle Bolsonaro (PL), com 2%.
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que se lançou à Presidência da República na sexta-feira (5) afirmando ter a bênção do pai, aparece com apenas 1%. O número o deixa atrás de Lula junto com a madrasta, do irmão mais novo, Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG). A pesquisa foi finalizada antes do anúncio da pré-candidatura de Flávio. Os governadores Romeu Zema (Novo-MG) e Ratinho Jr. (PSD-PR) não pontuaram na pesquisa. Ronaldo Caiado (União Brasil), governador de Goiás, apareceu com 1%.
Na esquerda, há menor divisão entre os nomes. Atrás de Lula ficou, curiosamente, Jair Bolsonaro -apontado como principal líder da esquerda por 5% dos entrevistados. Em seguida, aparece o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes, com 2%, e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, com 1%. Apenas 2% dos eleitores afirmaram que não há um líder na esquerda, e 4% deram outras respostas. Já à direita, 3% dizem não haver nome principal, e 3% apontaram outros políticos.
Os números apontam para uma maior divisão à direita. Entre os eleitores que se identificam como bolsonaristas, 52% apontaram o ex-presidente como principal nome de seu campo político, mas 60% apontaram Lula como líder na esquerda.
Já entre os petistas, apenas 20% veem Bolsonaro à frente do campo opositor, enquanto 51% identificam o atual presidente como principal nome esquerdista.
As taxas refletem a atual disposição de Lula para concorrer em 2026 e a indefinição no centrão e na direita sobre quem será o herdeiro eleitoral do bolsonarismo. Aliados e opositores têm enxergado a candidatura de Flávio Bolsonaro como blefe e ainda apostam que Tarcísio pode vir a concorrer como representante desse campo político. Outros viram no apontamento uma maneira de fortalecer o filho em relação a Michelle, com quem teve atritos recentemente.
A coesão em torno de Lula pode significar um problema para a esquerda no futuro, já que os dados não demonstram haver crescimento de uma liderança alternativa e mais jovem -como Haddad ou Boulos.

Nenhum comentário:
Postar um comentário