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Crise global de semicondutores ameaça paralisar produção de automóveis no Brasil


 Marcelo Camargo/Agência Brasil


indústria automotiva brasileira enfrenta o risco iminente de paralisação total por falta de semicondutores. Segundo o presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), Igor Calvet, as montadoras nacionais poderão suspender suas operações em até duas semanas, caso a escassez global de chips não seja contornada.

Em entrevista coletiva nesta quarta-feira (22), Calvet afirmou que “a situação é crítica e pode levar a paradas em diversas fábricas pelo país”. O dirigente revelou que já comunicou o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, sobre a necessidade de uma intervenção diplomática do governo brasileiro junto à China para liberar exportações do componente.

A crise teve início após o governo da Holanda assumir o controle da fabricante de chips Nexperia, pertencente ao grupo chinês Wingtech, sob suspeita de transferência indevida de tecnologia. Em resposta, Pequim restringiu a exportação de semicondutores e tecnologias associadas, provocando um efeito dominó nas cadeias produtivas globais.

O Sindipeças-Abipeças, que representa o setor de autopeças, enviou uma carta ao governo alertando para “a redução drástica na disponibilidade de componentes eletrônicos essenciais” usados em sistemas de injeção, controle e segurança de veículos. O documento menciona Volkswagen, Stellantis, Toyota, GM, Hyundai e BYD entre as montadoras mais afetadas.

O sindicato afirma que os componentes da Nexperia não possuem alternativas regionais de fornecimento e alerta para o risco de paralisação de linhas de produção e descumprimento de contratos de exportação.

Além da indústria automotiva, o impacto pode atingir setores de eletrônicos, eletrodomésticos e telecomunicações, já que o Brasil depende quase integralmente de importações para abastecimento de chips.

A disputa global pelos semicondutores reflete a corrida tecnológica entre China, Estados Unidos e Europa, em torno do controle de minerais estratégicos e terras raras, essenciais na fabricação desses componentes.

Enquanto isso, o governo brasileiro acompanha o cenário com preocupação. O Ministério do Desenvolvimento ainda não se manifestou oficialmente sobre eventuais medidas emergenciais.


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