“Meu filho foi estuprado”, escreve Ana Paula Ponce, com letras maiúsculas, como se fosse um grito. "Meu filho foi estuprado", repete. O menino não foi estuprado por qualquer homem estranho. Foi pelo tio, casado com sua madrinha (irmã de seu pai). "Meu filho foi estuprado", repete Ana Paula, em denúncia publicada no Instagram.
Na quarta-feira (17), a fotógrafa de 39 anos utilizou as redes sociais para denunciar um suposto abuso contra seu filho, de apenas 11 anos. O homem identificado nas postagens é um empresário baiano, proprietário do parque Planeta Imaginário, espaço de recreação para crianças no Salvador Shopping, entre 2019 e 2020.
O caso, no entanto, aconteceu em Fortaleza, Ceará, onde o homem é professor convidado da faculdade Estácio de Sá. Ocupava também a gerência regional da gestão de riscos da Unimed, sendo demitido logo após as denúncias virem à tona.
O caso já tramita na Justiça do Ceará desde setembro do último ano, mas foi divulgado após a juíza negar o pedido de prisão preventiva, feito pelo Ministério Público do Estado (MP-CE) em fevereiro deste ano. O homem já havia sido denunciado por abuso sexual a outro menor de idade. A família agora aguarda a audiência de julgamento que está marcada para o dia 10 de maio.
“Meu filho foi abusado. Hoje ele tem 11 anos, mas foi estuprado com 9 e 10 anos, em 2020 e 2021, por duas vezes, na casa do tio. Esse tio é natural de Salvador, a família dele é de Salvador, e ele foi empresário de um parquinho de Shopping recentemente”, conta a mãe, Ana Paula, em contato com o Metro1.
De acordo com ela, o filho passava os finais de semana na casa do pai e também na casa da madrinha. “Meu filho estava sentindo dor de cabeça e levaram ele para o quarto dos filhos do abusador. Ele com a desculpa de checar como meu filho estava, foi lá, manipulou os órgãos sexuais de meu filho, masturbou ele”, conta a mãe. “Isso em 2020, setembro de 2021 meu filho foi fazer uma viagem com a família paterna e o estuprador o atraiu para a piscina, onde abusou sexualmente dele”.
Foi após o segundo evento que o menino resolveu contar o caso para a mãe. “Ele estava muito nervoso, muito assustado”, diz Ana Paula.
“A gente quando imagina um estuprador, pensa em uma pessoa má, uma pessoa suja, alguém de fora que vem. Mas ele é competente, da família, pai de duas crianças. Foi por conta dos primos também que meu filho teve coragem de falar, porque ele tem medo que os primos também sejam abusados”.
Durante o inquérito, a família descobriu que não era a primeira vez que ele havia cometido um crime contra adolescentes. Nesse caso, o denunciado estava num elevador com um vizinho, de 15 anos, que morava no mesmo prédio, quando manipulou os órgãos do adolescente. O caso aconteceu em 2014, também em Fortaleza.
“Eu fiz essa postagem, e estou recorrendo aos meios digitais, porque o sofrimento do meu filho é enorme, ele está passando por um sofrimento que eu não sei nem descrever. Que sirva de alerta para outros pais, para outras crianças. Algumas pessoas conhecidas a quem contamos acabaram se motivando a denunciar. O apelo é que sirva de oportunidade para todos que passaram por isso”, desabafa Ana.
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