Loja expõe manequim preto quebrando vidraça em Salvador e é criticada: 'ação racista' - Fala Alagoinhas News | Portal de Alagoinhas e Região

Loja expõe manequim preto quebrando vidraça em Salvador e é criticada: 'ação racista'

           


 A imagem de um manequim preto quebrando a vidraça da loja Reserva, do Shopping Barra, chocou clientes do centro comercial, que alegaram uma nítida representação racista na ação. A imagem foi registrada na última segunda-feira (14). Um funcionário do shopping, que preferiu não se identificar, falou que uma série de pessoas comentava que parecia que o boneco estava arrombando ou invadindo a loja.

Cliente do Barra, a administradora Rafaela Santos, 37, classificou a ação como de mau gosto e muito ofensiva. Ela afirmou que encaminhou queixa à administração do shopping logo após presenciar a cena. A cliente ficou incomodada por lembrar de uma série de casos em que pessoas negras foram mortas ou sofreram algum tipo de violência ao serem confundidas com bandidos.

"Faltou um pouco de bom senso antes de colocar aquele tipo de ação. Não sei qual a mensagem que quiseram passar, mas ficou ofensivo. Já é raro ver esses manequins de cor preta e quando vemos é associando a vandalismo? Eu fiquei muito chateada", contou.

Um dos casos ao qual ela se referiu foi do assassinato de Durval Teófilo Filho, morto a tiros pelo sargento da Marinha Aurélio Alves Bezerra enquanto chegava ao condomínio onde os dois moravam no Rio de Janeiro. O sargento alegou pensar que Durval, um homem negro, era bandido.

Especialista em marketing e comunicação visual, João Santos Souza afirmou que as marcas precisam ter muito cuidado antes de pensar em suas ações porque a mensagem passada, mesmo que de forma não proposital, podem ofender os clientes. "É cada vez mais necessário ter atenção com o que se faz, ser muito criterioso com tudo. Não costumamos ver manequins de cor preta no dia-a-dia e ver um quebrando uma vidraça acaba passando uma mensagem que não se resume a uma simples 'loucura' para achar promoção", explicou.

Ainda segundo Souza, ter um departamento de comunicação e marketing com um setor voltado para a diversidade pode auxiliar para que esse tipo de situação não se repita.



Fonte /Correio da Bahia

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